domingo, 1 de julho de 2007

OLHAR + DESLUMBRAMENTO = SUBLIME

Para refletir....
O OLHAR

A imagem sempre exerceu sobre nós um encantamento, quer por transformar a realidade - base material do mundo do homem - em representação, isto é, transformar a realidade em uma outra forma de expressão, quer por investir de magia o ato de ver: fala-se então do olhar, do ato de escolha como condição de revelar ao homem, através da imagem, sentimentos e emoções.

O olhar é muito mais do que função fisiológica, é uma linguagem forte, um universo carregado de sentido. É condensação do mistério do homem, é o armazenar da história, que vive a evolução das construções, o fluxo das gerações, o movimento dos estilos. É o olhar documentação que registra as clareiras dos horizontes, a floração dos campos, o sangue dos acidentes, o desesperado precipitando-se do edifício, o último aceno de quem está se afogando, a última contemplação de alguma maravilha...


O DESLUMBRAMENTO

Deslumbramento é o ato ou o efeito de deslumbrar
É a ofuscação do olhar pelo excesso de luz
Assim, deslumbrar-se é ficar ofuscado
Curiosamente, fica-se cego com muita luz
Perde-se a direção e o sentido
Deixa-se levar pelo simples sentir
Por isso, não se preocupe ao ofuscar-se
Pois cedo ou tarde, a luz volta numa intensidade totalmente racional
Deslumbrar é perturbar o entendimento
É causar assombro, é maravilhar-se
É deixar –se fascinar ou seduzir
É quando um momento entontece e quase nem se ousa acreditar,
É sentir a vida valer a pena, tamanha a alegria
E que o abismo espreite quando passar o deslumbramento...

Referências:

O FAROL DE ALEXANDRIA


Enfim...
A última maravilha do mundo antigo...


Considerada uma das maiores produções da técnica da Antigüidade(nesse período considerada o centro da ciência e das artes, para onde convergiam os maiores intelectuais), o Farol de Alexandria foi construído em 280 a.C., na Iha de Faros(farol, em grego), localizada em frente ao porto de Alexandria, no Egito, pelo arquiteto e engenheiro grego Sóstrato de Cnido, a mando de Ptolomeu II, rei grego que governava o Egito.


Sobre uma base quadrada erguia-se uma esbelta torre octogonal de mármore com cerca de 130 metros de altura – altura três vezes superior ao Cristo Redentor - , que por mais de cinco séculos guiou todos os navegantes num raio de 50 quilômetros da antiga capital egípcia: em seu interior ardia uma chama que, através de espelhos, iluminava a grande distância, motivo da grande fama e imponência daquele farol, que fizeram-no entrar para a lista das sete maravilhas do mundo antigo.


Diz a lenda que Sóstrato procurou um material resistente à água do mar e por isso a torre teria sido construída sobre gigantescos blocos de vidro. Mas não há nenhum indício que comprove esse fato. Com três estágios superpostos - o primeiro, quadrado; o segundo, octogonal; e o terceiro, cilíndrico -, o farol dispunha de mecanismos que assinalavam a passagem do Sol, a direção dos ventos e as horas. Por uma rampa em espiral chegava-se ao topo onde, à noite ,brilhava a chama que guiava os navegantes.


Essa obra, feita toda em mármore, começou a ruir no século XIV, entre 1303 e 1323 quando terremotos e deslizamentos tragaram boa parte de Alexandria, acabando com o brilho da também conhecida como “Cidade dos Mil Palácios”.

Referências:

http://www.misteriosantigos.com/7_antigas.htm

br.geocities.com/mitologica_2000/7maravilhas.htm

pt.wikipedia.org/wiki/Sete_maravilhas_do_Mundo_Antigo

www.culturabrasil.org/7wonders.htm

O COLOSSO DE RODES



O Colosso de Rodes foi uma estátua de Hélios, deus grego do sol, construída entre 292 a.C. e 280 a.C. pelo escultor Carés de Lindos. A estátua tinha trinta metros de altura, 70 toneladas e era feita de bronze. O povo de Rodes mandou construir o monumento para comemorar a retirada das tropas do rei macedónio Demétrio, que promovera um longo cerco à ilha na tentativa de conquistá-la.


Qualquer embarcação que chegasse à ilha grega de Rodes, no Egeu, por volta de 280 a.C. , ano do término da construção da estátua, passaria obrigatoriamente sob as pernas, já que o colosso tinha um pé em cada margem do canal que dava acesso ao porto. Esse “ritual” representava proteção à cidade e o farol erquido pela mão direita da estátua guiava as embarcações à noite.


A estátua ficou em pé por apenas 55 anos, quando um terremoto atirou-a para o fundo da baía de Rodes onde ficou esquecida até à chegada dos árabes, no século VII, pois os habitantes de Rodes não o reconstruíram (isso deveu-se ao fato de que eles visitaram um oráculo próximo dali, e este recomendou-lhes não reconstruírem o colosso). Os árabes, então, venderam-na como sucata. Para se ter uma ideia do volume do material, foram necessários novecentos camelos para o transportar. Aquela estátua, considerada uma obra maravilhosa, levou Carés a suicidar-se logo após tê-la terminado, desgostoso com o pouco reconhecimento público, atitute inconcebível, diante de uma estátua tão imponente, que um homem de estatura normal não conseguiria abraçar o seu polegar...

Referências:

http://www.misteriosantigos.com/7_antigas.htm

br.geocities.com/mitologica_2000/7maravilhas.htm

pt.wikipedia.org/wiki/Sete_maravilhas_do_Mundo_Antigo

www.culturabrasil.org/7wonders.htm

MAUSOLÉU DE HALICARNASSO

O mausoléu de Halicarnasso ou mausoléu de Mausolo foi uma tumba construída entre 353 e 350 a.C. em Halicarnasso (atual Bodrum, Turquia) para Mausolo, um rei provinciano do império Persa, e para Artemísia II de Cária, sua irmã e esposa.

A estrutura foi desenhada pelos arquitetos gregos Sátiro e Pítis. Ela tinha aproximadamente 45 metros de altura, e cada um de seus quatro lados foi adornado com relevos criados por cada um dos quatro escultores gregos — Briáxis, Escopas, Leocarés e Timóteo. A estrutura finalizada foi considerada como sendo um triunfo estético por Antípatro de Sídon, que a identificou como uma de suas sete maravilhas do mundo antigo. O termo mausoléu veio a ser usado genericamente para qualquer grande tumba, embora "Mau-sol-eion" signifique vida de Mausolo e Artemísia.

Em 377 a.C., Halicarnasso era a capital de uma pequena região–reino na costa da Anatólia. Naquele ano o governador da região, Hecatômno de Milas, morreu e deixou o controle do reino a seu filho, Mausolo, que decidiu construir uma nova capital, uma cidade tão dura para capturar como magnífica para ser vista.: ele escolheu a cidade de Halicarnasso, pois, se seus navios conseguissem bloquear o pequeno canal de acesso à cidade, eles poderiam manter todos os navios de guerra inimigos longe. Ele começou a fazer de Halicarnasso uma capital adequada para um príncipe guerreiro. Seus operários aprofundaram o porto da cidade e usaram a areia dragada para fazer armas protetoras em frente ao canal. Em terra, eles calçaram praças, ruas e casas para cidadãos normais, e em um lado do porto construíram um massivo palácio–fortaleza para Mausolo, posicionado para ter vistas claras do mar e para o interior das colinas - lugares de onde inimigos atacariam. Em terra, os operários construíram ainda muralhas e torres de guarda, um teatro em estilo grego e um templo para Ares, o deus grego da guerra. Mausolo e Artemísia gastaram sua soma gigante de dinheiro de taxa para embelezar a cidade, adquirindo estátuas, templos e edifícios de mármore cintilante.
Mausolo, peocupado em demostrar, mesmo após sua morte, o quanto foi rico e poderoso, traçou, no centro de sua cidade, um plano para estabelecer um lugar de descanso para seu corpo: seria uma tumba que mostraria para sempre como ele e sua rainha foram ricos. Entretanto, antes de consolidar esse projeto, Mausolo morre, em 353 a.C.Quem realiza o seu tão sonhado projeto, é Artemísia, que lhe constroi a mais esplêndida tumba do mundo então conhecido, tão famosa que o nome de Mausolo é hoje associado com todas as tumbas suntuosas através de nosso termo moderno mausoléu.

Artemísia viveu por apenas dois anos após a morte de seu marido. As urnas com as cinzas deles foram colocadas na tumba, ainda inacabada. Como uma forma de ritual de sacrifício, os corpos de um grande número de animais mortos foram colocados na escada que conduzia à tumba, e a escada foi cheia com pedras e escombros, selando seu acesso. De acordo com o historiador Plínio, os artesãos decidiram parar e finalizar o trabalho após a morte de sua rainha e rei, "considerando que ele foi ao mesmo tempo um memorial de sua própria fama e da arte do escultor."

O mausoléu teve uma vista panorâmica da cidade de Halicarnasso por vários séculos. Ele esteve intacto quando a cidade caiu sob Alexandre em 334 a.C. e ainda não danificado após ataques de piratas em 62 e 58 a.C.. Permaneceu acima das ruínas da cidade por uns 16 séculos. Então uma série de terremotos destruiu as colunas e mandou a biga de pedra ao chão. Em 1404 apenas a base natural do mausoléu estava ainda reconhecível. No século XV d.C., os templários invadiram a região e construíram um massisso castelo. Quando eles decidiram fortificá-lo em 1494, eles usaram as pedras do mausoléu. Em 1522 rumores de uma invasão turca causaram cruzadas para reforçar o castelo em Halicarnasso (que era então conhecida como Bodrum) e muito das porções restantes da tumba foi desmanchado e usado dentro das muralhas do castelo. Realmente seções de mármore polido da tumba podem ainda ser vistas lá hoje.

Imagem das ruínas do Mausoléu

A estrutura do Mausoléu

Artemísia decidiu que nenhuma despesa era para ser poupada na edificação da tumba. Ela enviou mensageiros à Grécia para encontrar os artistas mais talentosos da época. Estes incluíam Escopas, o homem que havia supervisionado a reconstrução do templo de Artemis em Éfeso. Outros escultores famosos como por exemplo Briáxis, Leocarés e Timóteo juntaram-lhe bem como centenas de outros artesãos.


A tumba foi erigida em uma colina tendo uma vista panorâmica da cidade. A estrutura completa sentou em um pátio fechado. No centro do pátio estava uma plataforma de pedra em que a tumba sentou-se. Uma escada, ladeada por estátuas de leões de pedra, guiava ao topo da plataforma. Ao longo da parede exterior estavam muitas estátuas descrevendo deuses e deusas, e em cada canto, guerreiros de pedra cavalgando guardavam a tumba.


No centro da plataforma estava a tumba propriamente dita, coberta com escultura em relevo exibindo cenas de ação da mitologia/história grega. Uma parte exibia a batalha dos centauros com os lapitas. Outro descrevia gregos em luta com as amazonas, uma raça de mulheres guerreiras.


No topo desta seção hexagonal da tumba, haviam trinta e seis colunas delgadas, nove por lado, erguiam-se por outro terço da altura. Ereta entre cada coluna estava outra estátua. Atrás das colunas estava um objeto resistente que carregava o peso do massivo telhado da tumba, na forma de uma pirâmide. De pé, no topo, estava uma quadriga: quatro massivos cavalos puxando uma biga, com imagens de Mausolo e Artemísia passeando.
Referâncias:


br.geocities.com/mitologica_2000/7maravilhas.htm

pt.wikipedia.org/wiki/Sete_maravilhas_do_Mundo_Antigo

www.culturabrasil.org/7wonders.htm

O TEMPLO DE ÁRTEMIS

O templo de Ártemis, ou templo de Diana(para os romanos), foi erguido em Éfeso pelo arquiteto cretense Quersifrão e seu filho Metagenes, sendo considerado o maior templo do mundo antigo e, durante muito tempo, o mais significativo feito da civilização grega e do helenismo.

A construção do templo começou na metade do século VI a.C. , por ordem do conquistador Creso, rei da Lídia -- região montanhosa que hoje é o oeste da Turquia. Com 90 metros de altura - como a estátua da Liberdade, em Nova York - e 45 de largura, o templo era decorado com magníficas obras de arte, entre elas, a estátua da própria deusa, considerada a protetora da cidade, dos bosques e animais. A estátua de Ártemis foi esculpida em ébano, ouro, prata e pedra preta: tinha as pernas e quadris cobertos por uma saia comprida decorada com relevos de animais. Da cintura para cima, três fileiras de seios se superpunham, e um ornamento em forma de pilar lhe adornava a cabeça.


Nesse período da história grega, chamado Arcaico, quando Éfeso, graças a seu porto, era uma das mais importantes cidades do Egeu e do Mediterrâneo, a escultura tinha alcançado seu ponto alto entre os gregos, e não se deve estranhar que o templo de Ártemis tenha ficado famoso por suas esculturas e objetos de ouro e marfim, alguns dos quais se encontram no Museu Britânico, em Londres, onde também estão localizados alguns fragmentos do templo. Quando, no século I, o escritor romano Plínio, o Velho, afirmou que esse magnífico templo, com 127 colunas (36 decoradas) demorou duzentos anos para ser construído, não foi levado a sério. Mas, no século XIX, quando os arqueólogos conseguiram determinar o lugar onde foi erguido deu-se finalmente razão a Plínio.


É interessante saber que o templo foi reconstruído e aumentado muitas vezes e que, somente na quarta expansão, foi incluído na lista das sete maravilhas do mundo antigo. A primeira destruíção do templo ocorreu em 356 a.C. (na noite do nascimento de Alexandre) num incêndio causado por Heróstrato e a segunda, no século III a.C., por um ataque dos godos., povo germânico que durante o século III invadiu províncias romanas na Ásia Menor e na península balcânica. , povo germânico que durante o século III invadiu províncias romanas na Ásia Menor e na península balcânica.


Atualmente, apenas uma solitária coluna do templo se mantém, após sucessivos terremotos e saques.Atualmente, apenas uma solitária coluna do templo se mantém, após sucessivos terremotos e saques.


Referências:

br.geocities.com/mitologica_2000/7maravilhas.htm

pt.wikipedia.org/wiki/Sete_maravilhas_do_Mundo_Antigo

www.culturabrasil.org/7wonders.htm














A ESTÁTUA DE ZEUS








Como divindade suprema do Olimpo, chamado "pai dos deuses e dos homens", Zeus simbolizava a ordem racional da civilização helênica. É o personagem mitológico que, segundo Hesíodo e outros autores, nasceu de Réia e de Cronos, o qual engolia os filhos para evitar que se cumprisse a profecia de que um deles o destronaria. Após o nascimento de Zeus, Réia ocultou a criança numa caverna, em Creta, e deu uma pedra envolta em faixas para o marido engolir. Quando chegou à idade adulta, Zeus obrigou o pai a vomitar todos os seus irmãos, ainda vivos, e o encerrou sob a terra. Transformou-se então no novo senhor supremo do cosmo, que governava da morada dos deuses, no cume do monte Olimpo.

Os templos e estátuas em honra a Zeus dominavam todas as grandes cidades, embora seu culto fosse menos popular do que o das respectivas divindades locais. Era representado comumente como homem forte e barbado, de aspecto majestoso, e com essa imagem foi adotado pelos romanos, que o identificaram com Júpiter. Entre as diversas representações dessa divindade, destaca-se a estátua de Zeus, esculpida pelo cérebre ateniense Fídias.

A estátua, localizada na Planície do Peloponeso, em Olímpia, e construída no século V a.C., foi toda confeccionada em marfim e ébano, com incrustaçoes de ouro e pedras preciosas, as quais compõem os olhos da estátua. Zeus, apesar de todo sua imponência enquanto ser mitológico, foi representado sentado em um trono de cedro, vestindo uma toga de ouro, e segurando, em sua mão direita, a estatueta de Nike, a deusa da vitória e, na mão esquerda, uma esfera sob a qual se debruçava uma águia. Alcançou cerca de quinze metros de altura e demorou oito anos pra ser terminada.

Por volta do ano 393 da era moderna, época em que Roma dominava o mundo conhecido, o imperador romano Teodósio baniu os jogos olímpicos da Grécia e o templo de Zeus foi fechado.
A estátua foi transportada por um rico grego para um palácio em Constantinopla e lá permaneceu até ser destruída em um grande incêndio, por volta do ano 462 da Era Cristã.


Referências:



br.geocities.com/mitologica_2000/7maravilhas.htm


pt.wikipedia.org/wiki/Sete_maravilhas_do_Mundo_Antigo


www.culturabrasil.org/7wonders.htm



domingo, 24 de junho de 2007

AS MARAVILHAS E O SUBLIME

As Sete Maravilhas do Mundo Antigo, como o próprio nome maravilha supõe, designam as sete construções da antiguidade clássica classificadas como dignas de serem vistas, admiráveis, extraordinárias, e por isso capazes de despertar no observador o sentimento do sublime, produzido e elevado pela admiração humana ante um poder que extrapola as limitações da existência cotidiana sem, entretanto, apequenar o sujeito, por estar a certa distância psíquica do objeto e prezo numa contemplação prazerosa deste.

Para um melhor entendimento acerca do sensação causada pela contemplação das sete maravilhas, seja nos tempos clássicos ou atuais, é importante que analisemos o termo sublime enquadrado a uma categoria estética, como fizeram muitos filósofos e pensadores, desde Longino a Adorno.

Longino, na tradução de sua obra Sobre o Sublime, feita por Boileau, relaciona o termo com a elevação ou grandeza da alma, que se seduz devido a certa força do discurso, exclusivo a cada objeto e extraído a partir dele. Longino, e mais tarde Boileau, não se prenderam, em seus estudos, ao prazer especial que o sublime provoca, nem em suas fontes ou causas. Esses questionamentos podem ser encontrados na obra do inglês Edmund Burke, Indagação filosófica sobre a origem de nossas idéias acerca do sublime e do belo, onde relaciona o sublime ao infinito e, principalmente, ao sentimento do terror: “Tudo aquilo que é de algum modo terrível ou se relaciona com objetos terríveis, ou atua de modo análogo ao terror, é fonte do sublime”, por produzir a sensação mais forte que o sujeito pode sentir, desde que, como resultado dessa mais forte sensação o homem consiga desenvolver forças para evitar o seu esmagamento, a sua impotência frente à causa do terror o que, se acontecesse, seria um fenômeno pertencente ao trágico, e não mais ao sublime. Em suma, tudo aquilo que se relaciona ao terror é fonte do sublime, se despertar no homem a confiança nas suas próprias forças e a consciência de seu próprio poder, geralmente acompanhado pelo terror em perdê-lo, pensamentos que foram introduzidos e desenvolvidos por um outro filósofo chamado Kant. Assim, são fontes do sublime: a escuridão seja da noite ou da ignorância das coisas; a confusão; o desconhecido; a privação ou carência; a vazio; a solidão; o silêncio; a vastidão ou grandeza de dimensões; a idéia de infinito, magnificência...

Não é difícil de imaginar como as Sete Maravilhas possam estar relacionadas a essa visão do sublime. Todas elas surgiram com o intuito da demonstração de poder, não somente ao poder de superioridade em relação a outros povos, mas também ao poder do domínio das técnicas, ao poder de fazer, seja este intuitivo ou não.

Transcrevendo a idéia do sublime para um pensamento mais contemporâneo, encontramos as concepções de Nikolai Hartmann e Adorno. Nikolai aponta como aspectos detectáveis do sublime a separação do transcendental e absoluto (Deus) e sua aceitação no natural e humano; a separação do quantitativo, do opressor, terrível e catastrófico. Já adorno relaciona o sublime com a história e a realidade humana, sem o aspecto especulativo da natureza e seus fenômenos como possíveis causadores do sublime.

Após conhecer as idéias dos principais filósofos que abordaram as questões relativas ao sublime enquanto categoria estética, percebemos que “o sentimento do sublime surge na relação principal entre a grandiosidade e a infinitude de um fenômeno e as limitadas forças humanas, ou quando estas alcançam um poder que ultrapassa o cotidiano ou o normal, mas o sujeito tem que se situar a certa distância do fenômeno aterrorizante ou horroroso para que possa contemplá-lo e despertar nele o sentimento do sublime”(Convite à Estética, pág.240), pois, “enquanto o sujeito não puder contempla-la porque o aterrorizante o anula”(Convite à Estética, pág. 240), o sujeito está acorrentado a esse sentimento e não há, portanto, sublime estético e nem artístico.

Considero as Sete Maravilhas como sete obras em que o sublime estético está presente, não só porque o sublime está relacionado às suas origens, mas por ter permanecido até os dias atuais, apesar de só as Pirâmides do Egito ainda poderem ser vistas, por serem capazes de deslumbrar, encantar, maravilhar muitas pessoas sob diferentes ângulos e em diferentes instantes, pois é um deslumbramento que se dá em totalidade e não é divisível em partes, pois o maravilhoso se impõem enquanto conjunto de idéias e formas únicas, jamais encontradas em qualquer outra manifestação da arte, pelo simples fato de não poderem ser copiadas:

“O que há de especial no deslumbramento é que ele me dá vontade de ser aquilo que ele é, me provoca o desejo de tornar-me naquilo que ele é. Nesse sentido, sim, é possível falar no deslumbramento como um caso de harmonia procurada, quer dizer, do sublime - no entanto, uma harmonia nada intelectual porque não sei, antes de deslumbrar-me, que eu queria ser aquilo em que, graças a ele, me torno, assim como não sei em que, exatamente, estou me tornando”
(Paul Valéry)
Referências: