domingo, 24 de junho de 2007

AS MARAVILHAS E O SUBLIME

As Sete Maravilhas do Mundo Antigo, como o próprio nome maravilha supõe, designam as sete construções da antiguidade clássica classificadas como dignas de serem vistas, admiráveis, extraordinárias, e por isso capazes de despertar no observador o sentimento do sublime, produzido e elevado pela admiração humana ante um poder que extrapola as limitações da existência cotidiana sem, entretanto, apequenar o sujeito, por estar a certa distância psíquica do objeto e prezo numa contemplação prazerosa deste.

Para um melhor entendimento acerca do sensação causada pela contemplação das sete maravilhas, seja nos tempos clássicos ou atuais, é importante que analisemos o termo sublime enquadrado a uma categoria estética, como fizeram muitos filósofos e pensadores, desde Longino a Adorno.

Longino, na tradução de sua obra Sobre o Sublime, feita por Boileau, relaciona o termo com a elevação ou grandeza da alma, que se seduz devido a certa força do discurso, exclusivo a cada objeto e extraído a partir dele. Longino, e mais tarde Boileau, não se prenderam, em seus estudos, ao prazer especial que o sublime provoca, nem em suas fontes ou causas. Esses questionamentos podem ser encontrados na obra do inglês Edmund Burke, Indagação filosófica sobre a origem de nossas idéias acerca do sublime e do belo, onde relaciona o sublime ao infinito e, principalmente, ao sentimento do terror: “Tudo aquilo que é de algum modo terrível ou se relaciona com objetos terríveis, ou atua de modo análogo ao terror, é fonte do sublime”, por produzir a sensação mais forte que o sujeito pode sentir, desde que, como resultado dessa mais forte sensação o homem consiga desenvolver forças para evitar o seu esmagamento, a sua impotência frente à causa do terror o que, se acontecesse, seria um fenômeno pertencente ao trágico, e não mais ao sublime. Em suma, tudo aquilo que se relaciona ao terror é fonte do sublime, se despertar no homem a confiança nas suas próprias forças e a consciência de seu próprio poder, geralmente acompanhado pelo terror em perdê-lo, pensamentos que foram introduzidos e desenvolvidos por um outro filósofo chamado Kant. Assim, são fontes do sublime: a escuridão seja da noite ou da ignorância das coisas; a confusão; o desconhecido; a privação ou carência; a vazio; a solidão; o silêncio; a vastidão ou grandeza de dimensões; a idéia de infinito, magnificência...

Não é difícil de imaginar como as Sete Maravilhas possam estar relacionadas a essa visão do sublime. Todas elas surgiram com o intuito da demonstração de poder, não somente ao poder de superioridade em relação a outros povos, mas também ao poder do domínio das técnicas, ao poder de fazer, seja este intuitivo ou não.

Transcrevendo a idéia do sublime para um pensamento mais contemporâneo, encontramos as concepções de Nikolai Hartmann e Adorno. Nikolai aponta como aspectos detectáveis do sublime a separação do transcendental e absoluto (Deus) e sua aceitação no natural e humano; a separação do quantitativo, do opressor, terrível e catastrófico. Já adorno relaciona o sublime com a história e a realidade humana, sem o aspecto especulativo da natureza e seus fenômenos como possíveis causadores do sublime.

Após conhecer as idéias dos principais filósofos que abordaram as questões relativas ao sublime enquanto categoria estética, percebemos que “o sentimento do sublime surge na relação principal entre a grandiosidade e a infinitude de um fenômeno e as limitadas forças humanas, ou quando estas alcançam um poder que ultrapassa o cotidiano ou o normal, mas o sujeito tem que se situar a certa distância do fenômeno aterrorizante ou horroroso para que possa contemplá-lo e despertar nele o sentimento do sublime”(Convite à Estética, pág.240), pois, “enquanto o sujeito não puder contempla-la porque o aterrorizante o anula”(Convite à Estética, pág. 240), o sujeito está acorrentado a esse sentimento e não há, portanto, sublime estético e nem artístico.

Considero as Sete Maravilhas como sete obras em que o sublime estético está presente, não só porque o sublime está relacionado às suas origens, mas por ter permanecido até os dias atuais, apesar de só as Pirâmides do Egito ainda poderem ser vistas, por serem capazes de deslumbrar, encantar, maravilhar muitas pessoas sob diferentes ângulos e em diferentes instantes, pois é um deslumbramento que se dá em totalidade e não é divisível em partes, pois o maravilhoso se impõem enquanto conjunto de idéias e formas únicas, jamais encontradas em qualquer outra manifestação da arte, pelo simples fato de não poderem ser copiadas:

“O que há de especial no deslumbramento é que ele me dá vontade de ser aquilo que ele é, me provoca o desejo de tornar-me naquilo que ele é. Nesse sentido, sim, é possível falar no deslumbramento como um caso de harmonia procurada, quer dizer, do sublime - no entanto, uma harmonia nada intelectual porque não sei, antes de deslumbrar-me, que eu queria ser aquilo em que, graças a ele, me torno, assim como não sei em que, exatamente, estou me tornando”
(Paul Valéry)
Referências:

sábado, 9 de junho de 2007

JARDINS SUSPENSOS DA BABILÔNIA




"... e que se ergam, nos arredores de meu palácio, elevações de pedra com forma de montanha, e que se plantem nestas construções toda espécie de flores e frutas, e que se construam quedas d'água, formando um ambiente onde deverá transitar toda espécie de animal exótico..."


(Nabucodonossor II)



Algumas referências dizem que os jardins suspensos avançavam metros e metrosna direção dos céus, mas as evidências arqueológicas na cidade da Babilônia indicam que eles não eram tão elevados – ainda assim possuíssem altura considerável.

A antiga cidade da Babilônia, na Mesopotâmia, no reinado de Nabucodonossor II, era uma maravilha para os olhos dos viajantes. "Além do tamanho, escreveu o historiador Heródoto, em 450 a.C., a Babilônia ultrapassa em esplendor qualquer cidade do mundo conhecido até hoje".

Relatos indicam que os Jardins Suspensos foram construídos pelo rei Nabucodonosor, que reinou por 43 anos, a partir do ano 605 antes da nossa era. Este período marca o apogeu e influência tanto da Babilônia quanto de Nabucodonosor, que construiu uma infinidade de templos, ruas, palácios e muralhas. Sabe-se que os Jardins foram construídos para alegrar sua amada esposa, a Rainha Amyitis, que sentia saudades das montanhas verdejantes de sua terra natal, Medes: Medes era uma terra montanhosa e cheia de pastagens, de forma que a jovem rainha achou extremamente deprimente o solo plano e arenoso da Babilônia. Seu esposo, então, decidiu recriar a paisagem natal de Amyitis com da construção de uma montanha artificial e um jardim na parte superior, o qual estava superposto à montanha, tal qual um terraço ou balcão. O geógrafo grego Strabo, que descreveu os jardins no primeiro século antes da nossa era, escreveu:

"Eles consistem de terraços superpostos, erguidos sobre pilares em forma de cubo. Estes pilares são ocos e preenchidos com terra para que ali sejam plantadas as árvores de maior porte. Os pilares e terraços são construídos de tijolos cozidos e asfalto. A subida até o andar mais elevado era feita por escadas, e na lateral, estavam os motores de água, que sem cessar levavam a água do rio Eufrates até os Jardins”.


CURIOSIDADES...

Strabo, geógrafo grego, aborda o aspecto mais extraordinário dos jardins suspensos para os povos da Antigüidade. A região da Babilônia raramente recebia chuvas e para os jardins sobreviverem, deveriam ser irrigados com águas do rio Eufrates, que situava-se nas proximidades. Isto quer dizer que a água deveria ser elevada de forma a fluir através dos terraços, molhando as plantas de cada andar. Provavelmente, a tarefa era executada por meio de um sistema de bombeamento por corrente.

À construção dos jardins e à irrigação destes, deve ser somado o problema da necessidade de evitar que o líquido arruinasse as fundações do complexo. Uma vez que pedra era material escasso nas planícies mesopotâmicas, a maioria das construções usava tijolos de argila cozidos. Estes tijolos, que tinham uma espécie de betume usado como liga, também podiam ser dissolvidos pela água. Mas, como a região era seca e árida, não havia problemas em utilizá-los desta forma. Entretanto, os jardins exigiam irrigação constante, com a necessidade de ter suas fundações protegidas. Um historiador grego, registrou que as plataformas sobre as quais estavam os jardins eram grandes plataformas de pedra (algo anteriormente desconhecido pelos Babilônicos), cobertas por camadas de juncos, asfalto e azulejos. Sobre elas, colocava-se uma cobertura com folhas de chumbo para que a umidade vinda da terra não chegasse a atingir as fundações dos pilares. Só então era colocada a terra, numa profundidade suficiente para permitir que fossem plantadas as árvores mais altas. Qual era o tamanho dos jardins? Diodoro afirmou que eles tinham cerca de 400 pés de comprimento (121,92 m) por 400 pés de largura (121,92 m) e mais de 80 pés de altura (24,38 m). Outros relatos indicam que a altura era igual às muralhas exteriores da cidade. Segundo se sabe, as muralhas chegavam a 320 pés de altura (97,53 m).

Referências:

http://www.misteriosantigos.com/7_antigas.htm

br.geocities.com/mitologica_2000/7maravilhas.htm

pt.wikipedia.org/wiki/Sete_maravilhas_do_Mundo_Antigo

www.culturabrasil.org/7wonders.htm

quinta-feira, 7 de junho de 2007


AS PIRÂMIDES DO EGITO


"O homem teme o tempo, e ainda o tempo teme as pirâmides"
" O tempo ri para todas as coisas, mas as pirâmides riem do tempo"
(Provérbios Árabes)









As Pirâmides de Gizé (ou Guiza, nome mais próximo do original - Gizé é um galicismo) ocupam a primeira posição na lista das sete maravilhas do mundo antigo e, como jé introduzem os provérbios árabes acima citados, intrigam pesquisadores e historiadores pelo fato de resistirem a quase 5.000 anos...

A palavra pirâmide não provém da língua egípcia. Formou-se a partir do grego "pyra" (que quer dizer fogo, luz, símbolo} e "midos" (que significa medidas).Estas três majestosas pirâmides foram construídas como tumbas reais para os reis Kufu (ou Quéops), Quéfren, e Menkaure (ou Miquerinos) - pai, filho e neto. A maior delas, com 147 m de altura (49 andares), é chamada Grande Pirâmide, e foi construída cerca de 2550 a.C. para Kufu, no auge do antigo reinado do Egito.

Para os egípcios, a pirâmide representava os raios do Sol, brilhando em direção à Terra. Todas as pirâmides do Egito foram construídas na margem oeste do Nilo, na direção do sol poente. Os egípcios acreditavam que, enterrando seu rei numa pirâmide, ele se elevaria e se juntaria ao sol, tomando o seu lugar de direito com os deuses e, como todas as pirâmides, cada uma faz parte de um importante complexo que compreende um templo, uma rampa, um templo funerário e as pirâmides menores das rainhas, todo cercado de túmulos (mastabas) dos sacerdotes e pessoas do governo, uma autêntica cidade para os mortos. As valas aos pés das pirâmides continham botes desmontados: parte integral da vida no Nilo sendo considerados fundamentais na vida após a morte, porque os egípcios acreditavam que o defunto-rei navegaria pelo céu junto ao Rei-Sol. Apesar das complicadas medidas de segurança, como sistemas de bloqueio com pedregulhos e grades de granito, todas as pirâmides do Antigo Império foram profanadas e roubadas possivelmente antes de 2000 a.C.
Todos os quatro lados das três pirâmides são praticamente do mesmo comprimento, com uma exatidão não existente apenas por alguns centímetros, e estão orientados pelos pontos cardeais. Isso mostra como os antigos egípcios estavam avançados na astrologia, matemática e engenharia.



Curiosidades...

A Grande Pirâmide, de 450 pés de altura, é a maior de todas as 80 pirâmides do Egito. Se a Grande Pirâmide estivesse na cidade de Nova Iorque por exemplo, ela poderia cobrir sete quarteirões!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! A Grande Pirâmide manteve-se como a mais alta estrutura feita pelo homem até a construção da Torre Eiffel, em 1900, 4.500 anos depois da construção da pirâmide.
Outro dado curioso é que uma pista de auto-estrada, com 2,5 metros de largura aproximadamente e de espessura de 10Cm, partindo de Nova Iorque a São Francisco poderia ser facilmente acomodada em seu interior.

Se todos os blocos de pedra da piramide de Giza forem alinhados sobre a linha do equador, cobririam 2/3 do mesmo.
Referâncias:

br.geocities.com/mitologica_2000/7maravilhas.htm

pt.wikipedia.org/wiki/Sete_maravilhas_do_Mundo_Antigo

www.culturabrasil.org/7wonders.htm